quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Time Has Told Me.

Nick Drake


Time has told me
Youre a rare rare find
A troubled cure
For a troubled mind.

And time has told me
Not to ask for more
Someday our ocean
Will find its shore.

So i`ll leave the ways that are making me be
What I really dont want to be
Leave the ways that are making me love
What I really dont want to love.

Time has told me
You came with the dawn
A soul with no footprint
A rose with no thorn.

Your tears they tell me
Theres really no way
Of ending your troubles
With things you can say.

And time will tell you
To stay by my side
To keep on trying
til theres no more to hide.

So leave the ways that are making you be
What you really dont want to be
Leave the ways that are making you love
What you really dont want to love.

Time has told me
Youre a rare rare find
A troubled cure
For a troubled mind.

And time has told me
Not to ask for more
For some day our ocean
Will find its shore.

Insanidade

Um puta de um bundao é o que somos... Temos o dom de deixar tudo escapar entre os dedos. As estrelas brilham todas por você, mas deixa isso pra lá, o tempo mostra as coisas pra gente, não agora, mais tarde. Pena não saber do amor que se perde. Se bem que não se perde nada dessa vida. Eu pulei sozinho mesmo, sem esperar. Eu vi madrugadas adentro, sozinho no meio de tanta gente que dormia em seus prédios. De tantos motéis em que se trepava por extinto animal. Vi todas elas brilharem com você. Se tem uma coisa que ninguém tira de mim são meus pensamentos. O que passa na minha cabeça louca e complexa, que na maioria do tempo eu mesmo não entendo.

Ah não, eu esperei por perder minha cabeça, por todas as vezes em que me dizia coisas sem sentido.

Seja mais um nesse mundo doente, faça parte de uma massa fétida de Meca-humanos. Deixe-se dominar pelas coisas mundanas e aperte o play do seu ipod... pedale sem sentido, ande até as pernas adormecerem. Venha e fale do tanto que gosta de mim, bagunce, mexa, atordoe. Entenda o que quer entender. Será da minha garrafa de água minha boca e minha sede. Enquanto eu não espero nada de ninguém, muito menos de você. Já sei onde tudo foi parar, já sei quem errou em expor o que sentia.

Eu.

A casa da gente é um lugar que espera a chegada de qualquer um, até um tolo como eu que vive nesse mundo lindo. Sinto falta de algo que nunca tive, melhor olhar pra outra direção, melhor mesmo. Afinal nunca me escutas. Do momento em que acordo até o que adormeço, era teus os pensamentos meus. Você não faz ideia do quando precisa de mim, mas nunca vai saber ? Por que não estou nos seus pensamentos quando acordas até quando adormece.

A parte da canção que diz " ... eu sempre esperarei por você..." não vou cantar. Sabe o quanto precisa de mim, mas nunca vem me ver.

Sei lá. Insanidade.

O que eu sinto , não ajo. O que ajo , não penso. O que penso, não sinto. Do que sei, sou ignorante.
Não me entendo e ajo como se entendesse...

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Natália

Vamos falar de pesticidas e de tragédias radioativas, de doenças incuráveis. Vamos falar de sua vida. Preste atenção ao que eles dizem... Ter esperança é hipocrisia. A felicidade é uma mentira e a mentira é salvação.

Beba desse sangue imundo e você conseguirá dinheiro. E quando o circo pega fogo, somos os animais na jaula.

Mas você só quer algo tão doce... Não confunda ética com éter. Quando penso em você eu tenho febre...Mas quem sabe um dia eu escrevo uma canção pra você.

É complicado estar só... Quem está sozinho que o diga, quando a tristeza é sempre o ponto de partida, quando tudo é solidão. É preciso acreditar num novo dia, na nossa grande geração perdida, nos meninos e meninas. Nos trevos de quatro folhas.

A escuridão ainda é pior que essa luz cinza mas estamos vivos ainda.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Lost Cause

A madrugada é mais solitária do que imaginava. Coisas passam por mim, a cidade é vazia, sem vento contra, sem barulho. Não fico cansado em descrever as luzes dos faróis de transito refletida no asfalto molhado... Dá vontade de deitar no meio da avenida e sentir o reflexo da luz mudar de cor no meu rosto; Mas tenho vontade de viver, por isso paro de atravessado no meio da avenida, em cima da faixa de pedestres as 3 da madrugada com minha bike. Sinto a mudança de luz sentado no selim mesmo...

Eu consigo escutar o silencio, eu acho que estou ficando louco, mas percebo que demoro de propósito a voltar pra casa, me encanto com o simples e rotineiro, tudo pra ficar menos tempo possível sozinho e acordado na minha cama. A música vem sendo a mesma, Sea Change do Beck é um bom álbum pra escutar sozinho de madrugada. É quase o som do silencio, suas melodias 4/4 parecem combinar com o asfalto molhado, pensamentos e uma bicicleta.

A barba por fazer, o corpo cansado e um grande vazio no peito. É o que percebo quando chego em casa e olho nos meus olhos no espelho do lavabo. Percebo outras coisas, é tudo que sou. Fico sempre no meu mundo, sempre ignorando pessoas novas, sempre me escondendo... Sou um louco com uma causa perdida.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

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Eu peguei o 405 e dirigi uma estaca dentro
de seu centro, e declarei que nunca
foi melhor que isso. Eu pendurei minha camisa
favorita na tábua, franzindo por
ter puxado, empurrado e provado, provado.

Você continua a torcer a verdade, isso me deixa lançar perguntas.

Equivocado pelo 405 pois ele me guia a um
verão alcoólico. Eu perdi a saída para a
casa dos seus pais horas atrás. Vinho vermelho e
os cigarros: esconda seus maus hábitos embaixo do terraço, terraço, terraço, terraço.

Você continua a torcer a verdade, isso me deixa lançar perguntas.
Você continua a torcer a verdade, isso me deixa lançar perguntas.
Isso nunca vai acontecer, não é? Ela já me prometeu tantas coisas e eu já me senti tão desolado que me acostumei a não ter as promessas cumpridas. Tento me conformar com a falta dela, mas aí ela vem, abre um sorriso, ou fala algo bonito e tudo passa e então volto para o começo. E de repente ela é a mesma garotinha por quem me apaixonei anos atrás. Ela também nunca muda e se muda é para melhor, assim, acaba comigo.
A vida já deu muitas voltas em todos esses anos e eu continuo aqui sentado esperando a minha chance que talvez nunca venha. Parece romântico? Não. Eu já tentei desistir muitas vezes, já chorei, já bebi mais do que podia, já namorei outras, todas eram quase ela (quase!), já tentei esquecer, já fiquei esperando ela me chamar para sair, comprei os melhores presentes, fui até a casa dela, assisti a porra do TCC e estive lá como uma pedra para que ela pudesse chorar no meu ombro por causa de outro. Já morri por dentro, mas estou em pé aqui, com o resto de homem que tenho. Às vezes sinto pena de mim, às vezes sinto raiva dela.
Tudo o que eu mais queria era chegar um pouco mais perto, sentar na mesa e comer algo, comentar do dia, sair por aí para dançar, mas ela, de alguma forma, se recusa. É medrosa, não deixa eu chegar perto, então arrumo meus jeitos. Por exemplo, nessa sexta-feira fui até a casa dela, falei com a mãe dela por um tempo, ela não estava, tinha ido encontrar com um amigo que recém chegou da Austrália e eu, bobo que sou, fui levar o presente que ela tanto gostaria de ganhar. Porra, quem faria isso? Pedi à mãe dela que entregasse o presente só depois da meia-noite, mas parece que ela descumpriu o trato. Foi uma facada no peito saber que ela tinha ido encontrar com um cara da Austrália, mas que nunca pode encontrar comigo. Já fico imaginando ela se enroscando com ele por aí e isso é terrível. Tenho vontade de correr, sair por aí para não pensar nesse tipo de coisa. Ela sabe do que falo porque passou por isso há pouco tempo. Dormir sabendo que a pessoa de quem se gosta está dormindo ao lado de outro é impossível, ela bem sabe. Eu passei milhões de noites acordado, mas hoje liguei para ela e ela estava dormindo, sozinha, em casa. E, então, pude dormir também.
Estou cicatrizando de tudo, por mais que às vezes ela me dê algumas porradas dizendo que ainda sente falta de outro, eu me acostumo com a idéia. Vou tornar o mundo dela mais bonito, coisa que ele não fez. Se eu pudesse, mataria aquele desgraçado só por ter feito ela chorar daquela forma. Estou aqui, é dia de Natal, ela me pediu para visitá-la hoje, mas infelizmente não vou poder, preciso ficar com minha família, mas amanhã é um novo dia. Quem sabe ela não vem até aqui?
Seria o melhor presente de Natal que eu poderia ganhar, mesmo que eu nunca encoste minha boca na dela, só por tê-la junto de mim, sentir a pele, o cabelo, é inexplicável.
Essa garota tem algo de mágico.

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Porque

Porque mundo é certo e você é sempre errado. Porque o prédio não é tão alto, é você que tem medo de altura. Porque você é limitado e vê o céu azul, quando na verdade ele tem milhões de cores que os simples olhos mortais não podem ver. Porque quando eu falo as pessoas só escutam com os tímpanos, esqueceram que é necessário escutar com o coração ou com o cérebro, seja lá como preferir. Porque quando se é um ser pensante, percebe que o mundo quer que você se foda. Porque ninguém da a mínima pra um conjunto de células como você. Porque quando se acha a válvula de escape, ela é boa até a hora que se volta pra si mesmo,fora isso você está na merda e sozinho. Porque cada um tem teu espaço, e se é invasor te fodem.

Porque quando se espera por algo, nada tens a receber. Porque quando fecha os olhos, vê só o vermelho das pálpebras, não o interior, tuas lembranças. Porque nada é mais como era antigamente. Porque se pede paciência, o mundo só te testa; nada vem de graça. Porque todos são influenciados, bêbados e filhos da puta. Porque não se tem nada quando se acha que tem tudo. Porque não é longe, você que faz parecer distante. Porque não consigo acreditar na hipocrisia desse mundo podre e fétido. Porque algum dia eu irei embora e dizer que você me desapontou, porra. Porque talvez seja melhor assim mesmo. Porque se eu fosse um rei, colocaria a mim mesmo numa parede grande, com vendas e um ultimo cigarro no boca. Porque o coelho foi raspado, não existe nem mais um pêlo pra se segurar à ponta.

Porque você nem lembra mais no meu nome. Porque dinheiro é o que realmente importa. Porque ser bom com quem se ama, só tempera a carne para outros comerem. Porque na teoria é lindo, e na prática é foda. Porque o silencio quando se está cheio de nada é ensurdecedor. Porque parar, esquecer é difícil mesmo, e queremos que você se foda. Porque a poeira se junta pelos cantos e nada se faz. Porque é quieto que se sobrevive. Porque o casamento é a desgraça da sociedade. Porque sempre se gosta de quem quer que você se foda.

Porque a vida tá pouco se fodendo pra você. Porque o mundo é um grande hospício. Porque a chuva cai e leva sua alma pelo ralo. Porque se impede a guerra com uma flor no gatilho. Porque se jogar por amor se soletra em s-u-i-c-í-d-i-o. Porque o sonho é perfeito. Porque a vida te leva onde você desejar. Porque a fumaça no pulmão te tira aos poucos desse mundo podre. Porque sorrir é o que temos de melhor. Porque o amor é ódio. E não se faz nada pra mudar isso.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Briga Interna e Pessoal do Caso Reto.


Estou cansado do próprio. Não me conformo com meu conformismo...

Seria só contradição? Ou uma puta dor de cabeça?

Seria o fingir da vida, ou o simples medo de viver?

Covarde NÃO sou. Covarde .

Você sabe que fala demais! Ahh , não começa... Você sempre foi de querer explicar tudo certinho...

És um banana mesmo. Vai a merda.

Foda-se.

Sketches


Eu tenho procurado o tempo todo por um sonho. Tenho visto o por do sol sempre de boa, sempre com os meus botões, que a essa altura não passam de meros botões de uma velha máquina de escrever encostada. Com certeza vai ser bem melhor. Claro que conheço por lá, sei até onde irei morar... Acordar bem cedo, ver as gaivotas brigando por migalhas jogadas na areia por uma velhinha... Sentir a brisa de outro oceano, perceber a falta das pessoas. De alguma forma ficar sozinho.

Claro que ele vai comigo, apesar de existirem "melhores", o Romeu vai ser minha companhia. Quem sabe até toque minhas musicas em algum barzinho de musica brasileira para gringos... Lá tá cheio disso. Lá tá cheio de coisas, espero que elas não me deixem ficar cheio de ficar vazio.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

O que é comprovado?


Sinto o sono, sinto o tom da vida pedindo um "stand-by". É três da madrugada.

E eu não paro de pensar...


Pensar em não pensar em você.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Tempestade Mental

Madrugada... Já é sexta, passa das 3 na matina, o som é Dishwalla... A luz continua a mesma apesar da mudança que aconteceu no meu quarto, o tom amarelado fica bem nas paredes verdes. Penso em tantas coisas...É uma grande confusão mental; A musica viaja por cada canto do "novo" quarto, sinto nada e isso é um problema... Não?

Acordo as 9, nem lembro quando dormi, mas a luz continua meio tom e o som coloca meus tímpanos pra acordar. A musica ainda é a mesma, Moska sabe dizer as coisas certas... O telefone toca: -Vamo anda?- é o Caio, ele sabe como me animar em andar de bike por aí...- Eu vou tomar um banho e passo na tua casa, pode ser?- ainda tenho sono, minha mente resolve acordar e me lembrar de tudo que rolou na madrugada. -Tá, me liga quando estiver perto...- e sempre com um "Tchau, tchau" no final ele se despede...

O clima em casa não tem sido dos melhores...Mas mesmo assim eu tomo meu banho e me jogo pra rua afim de desbravar o mundo com a Momo... Na mochila azul tem quase tudo que preciso: Um canivete de ferramentas, remendo, iFuck e a carteira.
O único olhar que dou pro céu, é pra olhar algumas figuras que as nuvens estavam fazendo. Mas como na vida real, algumas situações são comparadas a nuvens, ao simples fato que o vento vai sempre dissipar aquilo que não é real, mas há dias que só cai a chuva, e as nuvens não mudam de forma, porque o vento tá bem ocupado tentando empurrar o tempo pra que passe depressa e acaba esquecendo de mudar as figuras nas nuvens, deixando algumas formas quase que fixas na mente.

Segui o conselho do Felipe, resolvi procurar alivio em musicas de peso. Não pus As I Lay Dying, queria escutar e entender o que era falado na musica. O escolhido pro role foi Breaking Benjamim. Funcionava como um dopping, eu pedalava como um louco, pulava, subia e chutava as latas de lixo... Aquilo me fazia esquecer um pouco das coisas, afinal não tinha sido uma madrugada muito boa... Passando pela João Dias para Av.Sto Amaro, uma musica chamada Forget it, era muito bem vinda... O sol brilhava ardido e o suor escorria pela minha pele dando uma sensação de alivio...Ventava bastante, tinha que pedalar mais forte o vento era como uma mão no meu peito. Viajava na letra, a musica era linda, fazia um puta sentido, me sentia num clipe.

" ...By the time I lose it I'm not afraid, I'm alive but I can Surely fake it..." "... How can I believe when this cloud hangs over me, You're the part of me that I don't wanna see... Fotget it..."

"There's a place I see you follow me, Just a taste of all that might come to be, I'm alone but holding breath you can breathe, To question every answer counted..."

" Just fade away, Please let me stay, Caught in your way, Forget it..."

A Av. José Diniz é uma grande reta, me leva sempre a pensar... Logo depois ela vira Ibirapuera, e Depois Viro na Republica do Libano. O Caio tinha me ligado, disse pra se encontrar no "porkinho", como sempre... Entrei no Ibira e já vi a galera de longe. Parei, falei com todos, guardei o iFuck, e como sempre dei um role com a galera sem musica. Música com eles, é escutar as merdas e as filosofias que saem durante o role. Andamos por aí, fomos pra Paulista, centro, Vila Mariana... Nos picos de sempre...

O tempo começou a fechar, alguns já foram indo embora, voltamos pra Paulista e fizemos a despedida central no mesmo lugar de sempre. Desci a Brigadeiro e passei pelo Ibira de novo... A chuva parecia me esperar achar um lugar coberto...

Parei no Stop Dog, tinha fome. Sentei no balcão bem lá na ponta, perto da bike, tinha colocado ela dentro do lugar, o manobrista falou pra deixar do lado de fora que ele olharia. -Nao confio.- disse pra ele, mas não na intenção de não confiar nele, e sim que é muito fácil roubar uma bike. Mas já era tarde, ele tinha ficado com uma cara de bosta...




O lanche era o de sempre em qualquer hanburgaria. "hanburguer simples, com cebola frita e maionese a parte." Citros pra acompanhar. Peguei o iFuck na mochila apertei play. A musica era Rain do Breaking Beijamim. Não tinha terminado de escutar o álbum inteiro, mas era a última musica. Como num passe de magia, no primeiro acorde caio o mundo. A chuva era demais, era grossa. Sem escrúpulos. Perfeita. Sem falar que a coincidência era gigante.

Mesmo depois de acabar a musica, a chuva não foi embora, não seguiu o apelo principal da musica.

"...Rain rain go away, come again another day, all the world is waiting for the sun..."

Comi, não tinha colocado nada na boca desde que acordei e já era 8 horas da noite... Coloquei Death Cap. Adoro uma musica deles, e é praticamente impossível não pensar em alguém.
Technicolor Girls, era o som no balcão de bancos vermelhos e de madeira dos anos 80. Só eu ouvia, eu estava sozinho lendo os premios que o lugar recebera ao longo dos anos pela revista Veja. Todos pendurados na parede... Pulei de álbum e coloquei uma musica do Narrow Stairs, que chama " I Will Posses Your Heart " parecia combinar melhor com o som da chuva.




Deixei o ultimo gole pra depois que fumasse, com bastante gelo o ultimo gole me esperava.
Pedi desculpas ao manobrista, falei que não era por não confiar nele...- ...é muito fácil roubar uma bicicleta...- disse. Ele achou o máximo alguém pedir desculpas, assumir um "erro". Achou raro. Ficamos conversando por horas... A chuva era imparcial, não dava uma só trela.

Meia noite apitava no meu relógio. A chuva ainda era a mesma, as conversas com Damião eram fodidas de boa. O cara é um livre pensador. " Tá muito bom, mas acho que eu vou encarar a minha nuvem Damião..." - Já pegando os 30 saquinhos que ele tinha me arrumado pra embrulhar o iFuck e as coisas da minha mochila... " ...Acho que tá na hora de nós encararmos nossas nuvens..." Ele disse isso com um sorriso barato no rosto.

Encarei a chuva. Encarei minha nuvem. Me molhei muito, senti cada molécula da chuva em mim, a água escoria no meu corpo, o vento era forte e o frio se fazia presente. Pulei de cada poça pra que a água do chão não me sujasse. "Mas que se foda" Alguém pensou, e passou com o carro numa poça gigante... Nunca senti tanta água sendo jogada em mim por 4 carros seguidos.

É... Eu tava na merda. Haha... O que me restava era cantarolar algumas músicas e pular com toda a vontade no meio das poças que já não eram mais evitadas. Fiz o caminho contrário, subi, desci... Nem cansado eu estava, nem suado também... ( claro)

Subia a rua de casa a pé. Empurrando a Momo numa ladeira que nem fazia diferença se tinha fim ou não. Era 2 da matina, a chuva tinha parado, o céu era turvo, mas entre as nuvens já dava pra ver algumas estrelas... A água da ducha era quente perto da temperatura que eu estava, abri mais, e com bastante pressão a água caiu na minha cabeça como minha "tempestade mental pessoal", o som do impacto da água com minha cabeça era alto, praticamente só ele eu escutava...

Estava eu lá. Novamente... A luz era baixa e amarelada, as lembranças de um asfalto brilhante, suspiros e cusparadas d´agua, estavam nos meus pensamentos.
Só queira dormir e sonhar. Só.
O que descobriu?