sábado, 15 de agosto de 2009

Eco

Apesar de tudo me sinto feliz. Parece que as coisas por mais conturbadas que pareçam, estão tomando o seu rumo... Sinto uma ponta de tristeza por ter escutado coisas que não fazem o menor sentido pra mim; Não houve uma só percentagem de verdade no que meu coração escutou. Infelizmente aconteceu. Infortunadamente foi falado da boca que eu mais escutava, da própria boca que dizia que "nada é por acaso". Realmente, nada é por acaso.

O que foi falado, foi audível, mas com certeza não fez sentido. Então claramente é descartado; Mas ainda aprendo a me livrar do "eco".

Sinto a brisa da liberdade chegando... Talvez seja essa sensação que cause a felicidade. Mas dessa vez, sonho com meus pés bem firmes no chão. Antecipo a felicidade, prefiro assim. Melhor do que deixar-me contaminar por palavras mordazes que insistem em ecoar...

Dizem que o eco só vai; Uma vez falado, se não repetido, logo, logo ele fica mais fraco e a tendência é desaparecer.

Ele ainda ecoa, fraco. Mas ecoa.

Tempo. (...)

domingo, 9 de agosto de 2009

El pare, el yayo.

Hoje os acordes são menores e com sétima. O tom da tristeza paira pela o ar e todo sorriso de canto se torna amarelo. Por alguma razão maior, os pais não duram pra sempre e acho também que não seria justo pra eles terem borboletas no estômago cada vez que seus filhos sairem pra andar de bike por aí ou quando ficam até tarde da noite rodando de moto sabe Deus bebendo o que... Posso não lembrar exatamente das vezes em que meu pai trocou a minha fralda, deu meu primeiro banho e coisas do tipo; Mas tenho certeza absoluta que por mais que ele não fale, sei que me ama e eu claro, tenho mais que absoluta certeza que o amo.

Confesso que sinto falta do meu "pai ao quadrado", por mais que meu yayo não era muito presente, sei que em todo o seu jeito Catalão de ser nele estava em algum lugar o cuidado e amor, pelo meu pai e eu. Lembro que ficava emicionado cada vez que ouvia meu yayo falar "filho" pro meu pai. Era mágico ver que eu tinha origens e manias familiares... Desde o tamanho do copo com gelo de meu yayo, até a personalidade quase que irredutível de meu pai.

De meu pai, tenho a dizer: Que foi ele que prometeu não largar o banco da bicicleta, enquanto eu tentava me equilibrar... E quando olhei pra trás, estava ele lá bem longe, com um sorriso grande no rosto e eu a me espatifar no asfalto... Do meu yayo: Lembro bem no meu aniversário de 9 anos, quando ele me deu um abraço e disse pra pegar uma caixa do sapato velho dele, e ajudar a calca-los; Mas quando abri a caixa, encontrei todo tipo de carrinhos e bonecos, enquanto ele falava: " o que você fez com meus sapatos nói ? "

A última vez que vi meu yayo, da ultima lavada de mão minha na UTI pra poder vê-lo, toca-lo; Não esqueço que ele por segundos voltou a si, apertou minha mão e deu palavras que nunca vão deixar de ecoar na minha cabeça...

A última vez que vi meu pai foi no almoço, ele ainda falava que a paelha da minha mãe está melhor que a última, que cada vez está melhor; Me pergunta se já coloquei alho no tomac e se senta no lugar de sempre a mesa. Ele come mais que duas vezes e a gente sorri um pro outro com aquele sorriso amarelo de canto do começo dessa estória...
Mas ele mesmo diz pra ficarmos tristes quando alguém que a gente ama morre... E que hoje, todos estão respirando e comendo pan con tomac.