domingo, 30 de novembro de 2008

Dia 2

Não houve dia 2, economize seu tempo, fecha essa janela e entra em algum site que lhe faca perceber que a vida é bela. Quer romance? Compre um livro, alugue Elizabethtown ou vá pra um estacionamento esperar alguém que nunca virá.

De recusa a recusa, de tentar entender, de forçar e de ficar horas pensando nela, eu casei. Chega de estórias, não existe isso na vida real. Não há nenhuma gota do uísque mais podre e barato que vale mais à pena. O imbecil aqui joga a toalha. Talvez fosse melhor deixa-la nos meus sonhos mesmo; Não tocada, não saboreada , e que em sonho me acordou com um tapa.

Desde esse dia, meio que venho vendo as coisas como elas são... Realidade é sempre realidade quando a gente quer. Quando se toma um tapa, quando a vida é real demais pra se aguentar eu durmo e espero ter um descanso agradável. Mas não tenho tido isso ultimamente. Se até em sonho você não me quis, por que confrontar a realidade nua e crua do amor platônico?

Não se chama falta de memoria, se chama pouco caso, nao, nao!!... Se chama " Não ter o porque de se lembrar de alguém não requerido, não importante na minha vida." Pois bem! Com sua falta de "memória" e meu temperamento não "humano", ponho de vez o fim desse sentimento por você.

Não precisa de verdade um dia 3, na verdade não precisa nem me avisar que não vai, porque Luidou dá por cessado, encerrado as atividades de amor pela Ana.












"O amor platônico é sempre ideal. O amor ideal nunca é realizado. Por isso mesmo ele é perfeito!" (José Suassuna - jornalista) ...

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Todos Aqui A Querem

Vinte e nove pérolas em teu beijo, um sorriso encantador,
aroma de café e pele lilás, tua chama em mim.
Vinte e nove pérolas em teu beijo, um sorriso encantador,
aroma de café e pele lilás, tua chama em mim.
Eu só estou aqui por este momento.
Eu sei que todos aqui a querem.
Eu sei que todos aqui pensam que ele precisa de ti.
Eu estarei esperando bem aqui só para te mostrar.

Como o nosso amor vai afastar isto tudo.
Tal maravilha nesta multidão,
eu sou um estranho nesta cidade, você está à vontade comigo.
E nossos olhos fixos de amor cabisbaixo, eu me sento aqui orgulhoso,
Mesmo agora você está despida em teus sonhos comigo.
Eu só estou aqui por este momento.
Eu sei que todos aqui a querem.
Eu sei que todos aqui pensam que ele precisa de ti.
Eu estarei esperando bem aqui só para te mostrar.
Como o nosso amor vai afastar isso tudo.
Eu sei que as lágrimas que choramos secaram ontem
O oceano de tolos se abriu para nós
não há nada em nosso caminho meu amor
Você não vê? Você não vê?
Você é a tocha que aguarda a chama
para toda nossa culpa e vergonha,
E eu surgirei por ti como uma brasa.
Eu sei, eu sei,
Eu sei que todos aqui a querem.
Eu sei que todos aqui pensam que ele precisa de ti.
Eu estarei esperando bem aqui só para te mostrar.
Me deixe mostrar que o amor pode surgir, surgir como brasas.
O amor pode ter o sabor de vinho antigo, baby.
E eu sei que todos eles parecem tão bons de longe,
Mas te digo que eu sou o único.
Eu sei que todos aqui pensam que ele precisa de ti.
pensam que ele precisa de ti
E eu estarei esperando bem aqui só para te mostrar.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Dia 1

Na persistência da esperança e no bom senso eu fui. Saí na ultima hora achando que ia chegar atrasado, na porta de casa ainda com o pé atrás voltei pra pegar o Romeu pra ter onde colocar as mãos no meio desse caos. Carreguei com o cuidado de sempre, andei mais depressa e ainda assim cheguei "primeiro"... Até então não havia notado a noite que estava, tinha chovido, o chão estava semi-seco mas molhado o suficiente pra espelhar minha esperança. Eles fecharam a escada, não dá mais pra sentar nos degraus, não dá mais pra debruçar no parapeito. Melhor assim, mais seguro... A vida tem sido uma caixinha de surpresas e não me admiraria se a altura seria interessante, logo me pus a sentar ao lado da grade, a vista ainda era a mesma, o céu estava naquele azul só dele. Os carros passavam depressa, o vento estava beijando o meu rosto e de vez enquando o trem passava e me lembrava que ela poderia chegar a qualquer momento.

Tocava musicas que na hora saiam de mim como se fossem lágrimas, eu sabia que ela não viria, mas a saída repentina dela assim que entrei pra dar "oi", me fez pensar que no ultimo instante ela tinha saído.
Olhava pra traz pra saber se estava lá, tocava musicas que irias amar, mas acho que nem em pensamento estavas lá. Nem minhas tentativas de "gritos musicais" chamaram tua atenção, cada som que saia de minhas mãos, cada cigarro que deixava como um incenso apoiado no violão, contavam os minutos de uma hora longa...Não queria olhar pro relógio, na verdade deixei tudo em casa, o celular não iria tocar mesmo. Mas mesmo assim na minha cabeça a conta exacta de uma hora disparou, exatamente no momento em que eu escutei a frase que queria escutar "posso sentar aqui com você?" Não acreditava que tinha vindo. Na verdade não tinha mesmo.
"claro..." respondi com uma imensa indiferença. "Estávamos olhando você aqui sozinho, e a gente demorou a decidir se viríamos aqui... Fizemos mal?" Acho que o fato de realmente estar sozinho, pareceu evidente pra todos que olhavam pra mim. "Não, na verdade eu já tava tocando a saideira..." Não queria ficar mais ali, queria chegar em casa pra correr pro quarto e ver se o celular tinha tocado. "Ah, só por que a gente chegou?... É!! só por que a gente resolveu escutar a musica mais de perto?" Na verdade o tempo já tinha vencido, a hora já havia passado, não tinha mais o porque estar lá. "Hum, olha... eu já tava indo mesmo, mas terei prazer de tocar pra vocês uma musica...Qual vocês querem?" Pedindo a Deus pra que não fosse algo que me lembraria dela, afinal seria difícil duas garotas que nunca vi na vida pedirem Jewel, Death Cap ou The Cranberries, é difícil pedirem essas bandas, só quem sabe que a gente gosta.

"Ah, Toca Ana Carolina..." Porra! Caralho... tantas cantoras, tantas bandas no mundo todo e vocês querem que eu toque uma pessoa que tem o mesmo nome dela? De súbito me bateu a vontade de falar que era exactamente o que queria, tudo que eu precisava naquele momento, era "tocar" Ana Carolina.

"Eu quero te levar pra mim... eu que não sei pedir nada, meu caminho é meio perdido..."

No fim da canção, me despedi, agradeci os elogios, beijei minha plateia e segui o caminho de volta pra casa. Não consigo me lembrar o que eu pensei no caminho de volta, lembro de carregar com o mesmo cuidado, de não ter a mesma pressa, e de ter tocado Ana Carolina em sonhos.

A garoa fina me acompanhava no caminho de casa, minha cabeça vazia me levava direto pra casa, pensei em esquentar a garganta, mas não iria mendigar um conhaque vagabundo já que tinha deixado minha carteira em casa.
Cheguei em casa querendo ter chegado mais tarde... Não corri pro meu quarto na busca do celular, passei no banheiro e tomei meu banho gelado e verdadeiro. Me trouxe como sempre pra realidade que vivo, me trouxe onde eu nunca deveria ter saído.

Meu celular tinha uma mensagem.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Tsuru


Eu tenho um sonho.

Não vivo mais perdido no meio disso tudo aqui; Meus dias passam, e nada tenho feito... Meu sonho não é dos mais impossíveis, meu sonho é um sonho verdadeiro. Gostaria muito de olhar pra onde você olha. Seria mágico...Mas não dou boa noite pro meu próprio pai, não rezo antes de dormir, vejo pornografia e tenho pensado muito mais em mim nesse segundo, do que no resto do mundo. Meu amor vai me afundando, sinto nele só a triste realidade de viver só. Minha paixão, meu não toque, meu não ter, não ser, apenas o sentir; E é a dor mesmo que eu sinto.

Eu tenho um sonho.

Tenho um sonho; Vivo nele quando ponho meu guliver no travesseiro, e percebo muitas coisas a minha volta que não são verdades. Onde só o meu corpo se separa de minha alma e voa longe. Tem sido assim, madrugada após madrugada, minha realidade vem a tona nessa vida cheia de omissões e mentiras deslavadas. Filho da puta hipócrita. Como posso ser tão contraditório ao ponto de não ser quem sou, não tomar a atitude que normalmente eu tomaria? A que ponto vai a vontade de fazer a outra pessoa perceber que está errado, está cometendo um erro; Se fala e fala e nunca se escuta. Acho que essa responde o "broxar", o: " deixa pra lá." ou falando o português claro: "vai pra puta que pariu, não digo mais nada, já deu, já cansei e quero que você se foda."

Eu tenho um sonho.

Vivo nele, quero fazer parte dele, imagino ... Sonho. Um mundo onde as pessoas fazem o "valer a pena!" Onde se vive o dia como se não houvesse o amanha, onde não tivesse religião ou até mesmo Classes, sejam elas sociais ou hierarquia familiar. O que faz um pai saber mais do que você em certas coisas, assuntos...(?)

Eu tenho um sonho. Não, não tenho mais. O vento bate de frente a realidade volta e eu acordo. Sonho são sonhos, cabe só a mim correr atrás. Hoje eu ponho ele da estante.

Eu tenho um sonho.

Que seja como um origami... Que na hora eu não saiba dobrar, que eu ate rasgue o papel, mas que eu um dia saiba dobra-lo e dar forma a esse sonho. Mas por enquanto vai ficar aqui na estante de sonhos, junto com um monte de papeis 7X7 esperando ser um tsuru emblemático.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

O Asfalto

É engraçado a vida. Cada parada que fazemos, que seja pra comprar cigarros, pode mudar sua vida inteira.

Eu tinha pedido pra ficar surdo, mas não sabia, pelo menos não tinha ideia, que o mundo ficaria mudo por um tempo... No momento que eu levantei voo senti o mundo completamente mudo. No instante exacto em que meu corpo estava no ar antes de tocar o chão, onde o barulho da moto arrastando no chão ainda era audível, onde meu corpo procurava apoio, até o momento em que o som voltou e meu corpo se encontrou com asfalto quente e áspero.

A tristeza e a dor ficaram latentes em mim, minha pele queimou, meu dedo se quebrou e o meu sangue se derramou naquele mesmo asfalto que já era só quente, não mais áspero...
Chegava ser até macio, confortável até, me acolia e me obrigava a ficar imóvel até voltar a si. O capacete apertava, minha mão estava queimada e eu procurava algo que ainda não entendo. Talvez eu procurava a luz, mas a luz que vi era do sol mesmo e não do alem.

Levantei devagar na medida em que meu corpo dolorido permitia, olhei em volta, vi pessoas em seus carros, nos pontos de ônibus e andando nas calcadas. Todos olhavam pra mim , ou olhavam e não acreditavam que ainda estava vivo, levantando.
Aos poucos eu fui voltando a si , fui levantar a moto do chão e pedindo novamente pra ficar surdo pra não escutar o som chato das buzinas de São Paulo. Coloquei uma forca que não tinha e levantei ela do meio da avenida, ou o que tinha sobrado dela. Fui pra calcada, sentei no meio fio, tirei o capacete e me vi ali... Do alto, como se o fato de sentar no meio fio me transferisse pra uma visão do alto, fora de mim.

Eu estava sozinho, tinha alguém que falava no meu ouvido se eu estava bem, acho que era um senhor que tinha visto a cena toda, e sussurrava a placa do cara que tinha ancorado na minha frente. Falando pra anotar a placa por que ele estava fugindo, que eu estava certo e que o cara que tinha parado bruscamente na minha frente pra pegar a contra-mão, estava errado.

Eu estava certo? Todo fodido, ralado, e sem a menor vontade de ficar ali , sentado, esperando não sei o que nem quem no meio fio. Ela não dava partida, acho que a gasolina tinha a afogado, o fato dela ter "andado" na horizontal deixou a moto, digamos, fora de si.
Como um choque de desfibrilador eu dava partida, tentava ressuscitar ela, e aos poucos ela ia voltando para aquele corpo metalizado e torcido.

O som do motor funcionando, de nada vazando, me fez juntar os pedaços dela do chão e tentar controla-la no caminho de volta pra casa.
Dirigi, melhor, tentei controlar a minha dor nas lágrimas que queriam sair dos meus olhos, e do torto dela própria... Parecia a moto do Juan Miró, tinha que prestar bem atenção, pra saber que tinha sobrado algo da minha motinha.

Quanto a mim... Eu tinha consciência que eu precisava fumar um cigarro. Que antes de tudo isso eu tinha parado para compra-los, e isso tinha mudado minha linha, o meu sentido, o momento da minha vida. Por isso acho engraçado o fato de uma pequena ação mudar todo o sentido da sua vida.

Berce


Eu gosto dele sabe? De verdade, sem saber porque, sem saber de onde vem, pra onde vai e quando termina... Se é que termina. Me preocupo em saber o que ele pensa, mas logo percebo que tanto faz, ele não dá a mínima. É bem diferente quando tento atingi-lo, já nem falo o quanto cagão ele é... Mas realmente o pior cego é aquele que não quer ver. Como posso carregar em mim o gosto pelo o impossível? Mentira. Só é impossível por que eu sou uma covarde, tenho medo de entender as coisas "erradas", tenho medo dele já ter pulado do meio fio e tenho medo de mandar pro inferno aquela vagabunda, dando uns bons tapas nela.

Que porra. Quem ele pensa que é? Do famoso "chove mais não molha" traduz bem as ações desse meu príncipe encantado. Mas alguém já beijou esse sapo, na verdade ele já até disse a "frase que normalmente não temos resposta" pra outra...

Ganhar ingressos eternos para o cinema alternativo de São Paulo descreveria bem minha sensação de ganha-lo. Pra mim parece perdido, ele sente a confusão de não saber onde vai, de não vir pra mim.

O medo toma conta de mim também, você acha que és o único que pulou sem saber onde ia cair por alguém? Minhas cicatrizes estão por toda minha pele. Posso ter medo também? Você me permite isso ou vai me pegar e colocar no bolso junto com muitas outras?

Ele me ama? Ligeiramente?, Muito!, Apaixonadamente, Loucamente. Ele me ama de certa forma. Ele me ama.



Elle m'aime?

L'amour n'est pas voir quelqu'un mourir

L'amour est voir quelqu'un mourir par toi

Je bâti par toi Berce.

domingo, 9 de novembro de 2008

O barco

Hoje eu tô riste. Queria chorar bem baixinho pra ninguém ouvir...Só aqui eu ainda sinto frio, só nesse segundo meu joelho dói... Ninguém vem com a mão molhada pra por na minha nuca e passar a segurança do afeto. Eu ainda olho pro infinito e escuto o meu próprio grito.
O sol acorda triste, queria poder saber desenhar como Dalí pra representar sem palavras só em cores essa tristeza que eu to sentindo. Quero poder falar que dias melhores virão, mas hoje, agora, eu só quero esperar o barco afundar bem fundo pra subir de uma vez e sentir meus tímpanos estourarem com a pressão, e assim ficar surdo pra não escutar mais meu próprio grito.

Se minha vida fosse uma ilha, seria você meu naufrago?